A peça chegou ao final.
O pano caiu.
Todos se retiram de cena.
Apagaram-se as luzes.
Fechou-se o teatro.
Imóvel, no meio do palco escuro,
Lá permanecia ele, aguardando.
Sabia que ainda haveria uma última deixa
A qual lhe competia a pronta resposta.
Ouviu, finalmente, a gargalhada.
Alta, sonora, despudorada.
Virou-se devagar na direção do som
E deu com ela fosforescente vindo em sua direção.
Passos lentos, olhos fixos,
Coberta de mar e de conchas,
Cabelos adornados de estrelas.
Sentiu-se arder com a simples proximidade.
Abriu o peito e desarmou-se das dúvidas.
Era o que queria afinal
Não deveria mais pensar.
Respirou fundo e sorriu com a alma.
Disse a fala derradeira:
"Já vou!"
No dia seguinte, reiniciados os trabalhos
Deram por sua ausência.
Não questionaram nada e o substituíram no papel
Por outro ator mais novo.
Afinal,
O show sempre deve continuar.
Em êxtase e coberto de carícias e agrados,
Ele delirou de tanto rir...
11 comentários:
Hay vidas más fugaces que otras pero todo consiste en "pasar". Un abrazo.
Rei morto, rei posto, amiga Gisa.
Um abração. Tenhas uma linda semana.
SHOW - II
Ele riu, riu, riu
Ao para de rir não a mais viu
E procurou, procurou,
Sem a encontrar
desistiu. Deixou de a procurar.
No outro dia
à hora aprazada
lá estava.
O espectáculo começou
com cena aberta
e ela contracenou,
com o actor mais novo
como só ela sabia:
a mesma fosforescência,
os passos lentos, os olhos fixos,
coberta de mar e de conchas,
e os cabelos adornados de estrelas
Esqueceu-se de si ao vê-la assim
Ao terminar o pano não caiu
e os actores abandonaram o palco
um a um, até ficar vazio...
De olhos molhados, ele metia pena
quando os enxugou no pano de cena
Era a única recordação que lhe ficaria
daquele inolvidável dia...
oi Gisa querida,
prova concreta de que
ninguém é insubstituível...
dura realidade...
beijinhos
Gisa,vc tem escrito cada texto maravilhoso!Lindo e inusitado poema!bjs,
Sí, Gisa, el espectáculo siempre debe continuar.
Quédese el teatro a oscuras o existan en él los fantasmas invisibles que cada día nos rodean.
Un fuerte abrazo, Gisa.
Entramos e saimos da vida das pessoas, vai depender de nós se as lembranças serão boas ou não...e se levaremos algo conosco...Uma 5ªF iluminada e repleta de bênçãos! Volta sempre que quiseres e/ou puderes!Abraço fraterno e carinhoso!
Elaine Averbuch Neves
http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com/
Olá!
Maravilhoso acordar e encontrar sua página.
Adorei seu poema.
Grande abraço
se cuida
Belos textos! Parabéns! :)
Un poema tipicamente tuyo, estraño en algún aspecto.
Pero el espectáculo tiene que seguir, y seguirá, es independiente de los actores.
Dicen que cuando las luces del escenario se apagan y queda solo y vacío, comienza otro espectáculo, el de los espíritus creados por los sentimientos, pasiones, amores y traiciones vividas sobre las tablas y no mostradas.
Un gran beso.
Por muita dura que seja a realidade, a verdade é que ninguém é insubstituível, pena que muitas vezes não se dê o devido valor.
Como sempre, magnifico!
beijinho
cvb
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