Sentia a pele desprender do corpo como uma roupa frouxa. Todos os dias tentava ajustar aqui ou ali, mas não conseguia reverter o processo, apenas o precipitava. Chegaria o tempo que o tecido humano, roto e fino, iria se romper definitivamente. Já podia prever essa situação. Imaginava o momento no qual, nua em carne, deveria partir. Chorava, mas tinha certeza da sua obrigação. Cumpriria, como smpre, sem questionar...
10 comentários:
[também as palavras que se decalcam no corpo,
se fazem corpo da letra que se desfaz,
partem sem olhar os corpos que deixam para trás.]
belo e despojado momento.
Um imenso abraço, Gisa
Leonardo B.
Este teu bem escrito texto me levou até Caio Fernando Abreu, não por semelhança de conteúdo , mas, acho que pela urdidura do tecido literário.
Um abração. Tenhas um lindo dia.
Lei da Vida.
Interessante como sempre.
beijo.
sem questionar
é obedecer.
linda tarde bjs
INCREDULIDADE
Pousou a mala de todos os instrumentos, aparelhos, tubos de ensaio, pipetas e também com os químicos que lhe servia a todos os exames e análises.
O rogeriografo ficou também ai, quedado, sem ser usado para a "rogériografia" do cérebro dela. Olho-a mais uma vez, sem ser visto, e resolveu o diagnóstico a olho nu, baseado na experiência de observação sistemática de milhares de humanos... Ficou confuso, pois só os répteis mudam de pele de uma só vez, e para crescer... contraditoriamente ela mudava de trouxa não para assumir outra roupagem e enganar o predador mas para se entregar a ele em total obediência... Caso assim, nunca tinha sido avaliado por qualquer ciência. Ficou incrédulo...
Muy bueno, Gisa, como siempre es un placer leerte. Mi cariño.
muito triste
La obediencia puede ser necesaria pero jamás obligatoria. Si, además, es una obediencia para satisfacer una monotonía en una sola dirección, debe provocar una insatisfacción continua.
Un fuerte abrazo, Gisa.
Muito bom, profundo e reflexivo.
Grande abraço e sucesso!
Senti a dor do não questionar...
Um abraço!
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