sexta-feira, 9 de março de 2012

COMETA

Em meio a festa
Tirou a fantasia e
Cobriu-se com o véu disfarçado
De lugar comum.
Aos poucos andou até o centro
Sem ser notada.
Os egos esfuziantes nunca permitiriam
Tamanha invasão.
Ficou alguns instantes imóvel, em dúvida.
Concluiu ser possível.
Em movimentos fora do compasso
Iniciou a dança.
Quanto mais intensidade impunha ao ritmo
Mais olhares atraía
Fazendo com que crescesse
O seu brilho interior.
A inveja presente
Deu-se conta do inevitável.
Tratou de retirar-se de mansinho.
Percebendo a saída daquela que ainda a intimidava,
Desnudou-se sem receios e,
Quando julgou-se detentora
De todos olhares de espanto,
Acendeu como uma tocha
Lançando-se ao ar, incandescente
Levando presos atrás de si,
No rastro luminoso,
Aqueles que já havia aprisionado
No seu louco devaneio hipnótico para todo o sempre.
Unidos, rasgaram a imensa escuridão da noite
Pondo em dúvida os mais renomados astrônomos.
Acabou-se, contrariada, ao clarear do sol.
Enquanto aguardava o próximo entardecer, pensava:
Um dia ainda teria que encontrar uma solução para
Não sucumbir perante tão irritante brilho...

12 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Isso ai, Gisa! Mais um belo poema de conteúdo.
Um abração. Tenhas um lindo fim de semana.

Braulio Pereira disse...

poema imenso como o Céu que te cobre.

Amei flor

obrigado pelo teu carinho.


beijos!!

Rô... disse...

oi Gisa,

que lindo,
e cheio de verdades,
tudo que é vivido com intensidade arrasta muitos olhares...

beijinhos

Luiz Neves de Castro disse...

Gisa, com seu texto viajei até a canção do Caetano "gente é pra brilhar e não pra morrer de fome"
Um beijo afetuoso

Flor de Jasmim disse...

Gisa
Intenso!

Beijinho e uma flor

Rogério G.V. Pereira disse...

Se pensam ter sido Gisa a escrever isto, desminto. Este foi o texto de um relatório secreto dado a conhecer dia 9 de Março, assinalando o 78.º aniversário do nascimento de Iúri Gagárin e ainda celebrando o 50.º aniversário do histórico primeiro voo cósmico da humanidade (12 de Abril de 1961),

Sabiam?

"No seu louco devaneio hipnótico para todo o sempre.
Unidos, rasgaram a imensa escuridão da noite..."
foi Iúri que escreveu... (ou eu?)

Eliane Accioly disse...

Gisa, tão feliz por ver você no blog!
Aodrei seu poema!
Somos cometas,não, na verdade, somos estrelas :):):)

beijos

CHIICO MIGUEL disse...

Pasei por aqui para te cumprimentar com um boa noite, que durmas feliz e amanha tudo seja do seu agrado.
De saúde, esrou ficando melhor mas já é tarde para eu tomar um remédio e dormir.
Beijos do amigo-amigo
francisco

wcastanheira disse...

Valeu, sus visita é sempre um mimo pra mim, vc deixa-me luz, andar por aqui é sempre muiiito bom, seu texto mais uma vez está iluminado, pra vc bjos, bjos e bjossssssssss

Dja disse...

eita intensidade.

beijos querida.

Patricia Galis disse...

Maravilhoso!

ANTONIO CAMPILLO disse...

La intensidad de los versos ayuda a concebir la intensidad de la autodestrucción para formar esa maravillosa cola de luz.
El objetivo es no ser destruido por los intensos rayos de quien le va quitando materia poco a poco.
Un potente poema y unos espléndidos versos.

Un fuerte abrazo, querida Gisa.