Quando percebeu que estava condenada a seguir a trilha do óbvio,
Subiu no cadafalso.
Decapitou-se e enviou o estranho embrulho para a tribo dos encolhedores de cabeça.
Aguardou deitada os dias que se seguiram até o esperado toque da campainha.
Chegou!
Saiu correndo e abriu a porta.
Com ansiedade, desfez o pequeno pacote coberto de selos.
Lá estava ela, linda e diminuta, como deveria ser.
Envergou o novo crânio e saiu para o caminho que já a esperava.
À medida que andava sentia que o processo ia revertendo até atingir o tamanho original.
Inconformada,e sentindo-se profundamente lesada,
Procurou auxílio na lista telefônica.
Afinal, em tempos de proteção aos direitos dos consumidores,
Haveria de ter um número para as devidas reclamações.
12 comentários:
Não, não reclame
é moroso
não dá gozo
nem resultado
Tenho outra ideia
Até já tem o endereço
use-o, lhe peço
Não prometo é devolver
mas ficar
a aguardar
pela junção do resto
:))
Deberian unificar y poner un solo número para el consumidor, un número que sirviera para todo tipo de reclamaciones, para la de productos de consumo, sentimientos, penas anhelos, ilusiones, engaños y amores.
Muchos besos querida.
Maravilhoso seu texto.
Gostei imenso.
Um grande abraço!
Ótima semana!
Terminar reclamando... ¡Qué frustración! Saludos.
Cortar, terminar con todo lo establecido y volver a reanimarlo.
¡Cuántos sellos se necesitan para enviar tal paquete!
Un fuerte abrazo, querida Gisa.
De todos que li, este é o mais sanguinolento, ou será que perdi algum outro?
Gisa minha querida
lindo amei!
Sem direito a livro de reclamações.
Beijinho e uma flor
as cabeças afinal são como os chapéus - há muitas!...
quem tal diria!
talvez a tua cabeça ande trocada.
beijo
Muito bom, Gisa! Meio complexo, porém requintado.
Beijo,
Inês
Nada é em vão.
Com o tempo, tudo será revertido. O original é sempre preferivel.
bjs
cvb
Poema brilhante, Gisa! Me lembrou de um texto sobre uma cabeça de papelão, mais adequada à vida social. Mas o final do seu poema foi melhor. Beijos!
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