quarta-feira, 13 de junho de 2012

RUÍNA

De um instante para o outro
A onda entendeu que não tinha razão
De se machucar contra o rochedo.
Olhou para o lado e viu a praia.
Areias brancas,
Enfeitadas por conchas,
Languidamente deitadas
Ao intenso sol do verão.
Gostou da calmaria
E compreendeu o alegre convite.
Recolheu-se por inteira
Mudando de direção imediatamente.
O rochedo, estarrecido pela abrupta decisão,
Ainda tentou atraí-la,
Com seu ar enigmático
E sua altivez inflexível.
Tarde demais.
A previsão óbvia de concretizara.
Nenhum encanto resiste à indiferença.
Pouco a pouco
Cedeu à ruína.
Foi engolido pelo mar
Tendo como pano de fundo
A alegria da antiga amante
Divertindo-se com as novas amigas
Ao som do grasnar incessante
Das gaivotas.

11 comentários:

Sérgio Pontes disse...

Gosto bastante, é intenso

Cris Campos disse...

Indiferença MATA! Gr. Bj. amiga!

Julie Sopetrán disse...

Duele más la indiferencia de un amigo que la puñalada de un enemigo... eso dicen. Me encanta tu poema Gisa. Auténtico. Besos.

ANTONIO CAMPILLO disse...

Querida Gisa, ¡cuánto he echado de menos estos versos!
Sí, es probable que la arena suave, luminosa, de fácil transformación, presuponga un atractivo frente a la dura lucha de aristas cortantes, erguidas y difíciles de erosionar.
Sí, es posible que sea así. Pero..., creo que es más apasionante esa potente lucha en donde olas y acantilados se enfrentan acariciándose, besándose, rompiéndose uno por la otra y al contrario.
Los acantilados siempre son distintos, siempre te acarician de forma especial, siempre se dejan acariciar hasta su último recoveco.
La playa es demasiado plana, demasiado monótona, como todas las playas.
Excelente poema, Gisa.

Un fuete abrazo, querida Gisa.

ricardo alves / são paulo,brasil disse...

belíssimo ato poético!

Janaina Cruz disse...

Lindo Gisa, como histórias de amor, que um precisa partir, e o outro sente em deixar.

O rochedo não pode movimentar-se, nem ao menos acenar enquanto a onda parte as pressas...

Abraços mil

Rogério G.V. Pereira disse...

Estúpido rochedo
Porque não se desviou ele?
Por medo?

As gaivotas nem dariam por seu movimento...

Ana Andreolli disse...

Gisa , já tem um estilo seu nos poemas, gosto do tempo que vc usa, e como as palavras combinam mesmo sem rimarem.

Flor de Jasmim disse...

Intenso!
O rochedo não se desvia, mas a beleza está na onda quando nele ela embate.

Beijinho e uma flor

Carla Ceres disse...

Um de seus melhores poemas, Gisa! Parabéns!

Anônimo disse...

é gisa, ruina.... por vezes destroçoes, outros momentos reconstrução, para um novo momento. belo. abraços lamarque