Do seu olhar frívolo de estátua observava o movimento.
Guardas-chuvas,
Saltos altos,
Bonés,
Ônibus,
Risos,
Cachorros,
Beijos,
Bicicletas,
Jovens,
Carros,
Conversas entrecortadas,
Errantes,
Assobios,
Outdoors,
Velhos,
Futebol,
Gritos,
Algodões-doces,
Tiros,
Danças,
Cartazes,
Balões,
Ambulantes,
Bolas,
Carinhos,
Sorvetes,
Lágrimas,
Skates,
Música,
Vida,
Brincadeiras,
Protestos,
Sorrisos,
Morte.
Do seu olhar frívolo de estátua observava o movimento.
E estava certa que assim desejava continuar.
9 comentários:
Gisa, mesmo porque de nada adiantaria ser diferente.
Beijo carinhoso de bom domingo
Manoel
Um poema atualíssimo... Espelho da fervura da grande cidade. Parabéns!
oi Gisa,
e quantas e quantas situações acontecem ao mesmo tempo,
num pequenino espaço que os olhos podem captar...
beijinhos
Os nosso olhar consegue ver imensas coisas ao mesmo tempo, por vezes a verdade não é vista, ou não se quer ver.
boa semana minha querida amiga
beijinho e uma flor
Así es, Gisa, esto es lo que queremos seguir haciendo: ser libres y vivir.
Desde un observatorio tan cambiante y tan poco discreto se observa todo, se oye todo, se asombra de todo y permite todo.
Esa estatua, tan permisiva que soporta a los animales amigos y su juegos, que una vez hasta soportó que la pintasen de amarillo y que nos observa, entre cansada y coqueta, nos dice siempre: ¡vivid, vivid cuanto podáis porque mi inmovilidad no me lo permite a mí.
Un fiuerte abrazo, querida Gisa.
ofuscante olhar...
ate um dia que o olhar se prenda num qualquer detalhe...
beijo
Passa lá que tem um convite pra ti, claro, fique a vontade para aceitar ou não ok? Gr. Bj.!
Uma estátua observadora!
E, pelos vistos, tudo irá continuar, como observado...
Bjsss
MOVIMENTO
Do seu olhar atento de estátua observava o firmamento.
Olhava, sem deixar de olhar
O céu, ora azul, ora cinzento
A nave cruzando o ar
A nuvem densa ou escassa
Que por cima lhe passa
E a chuva que o molhava
E o sol que o cegava
E o vento que o secava
Para baixo
Apenas ouvia
O que a outra estátua via
Desígnios
do escultor
que lhe dera tal postura
quando o esculpiu
na pedra
de que o fizera
Do seu olhar atento de estátua observava o firmamento
Sem um lamento
Postar um comentário