Desvendou os olhos.
Os cílios encarregaram-se
De desfazer o resto.
Viveu para a cor,
Para o som,
Para sensações.
Plena, flutuou na graça
Das antigas novidades
Irradiando curiosos arrepios.
Ela havia chegado para ocupar
O lugar que jamais imaginara lhe pertencer,
Mas que ao vê-la,
Imediatamente encaixou-se nos seus contornos.
Ele, um misto de surpresa e encanto,
Espantou as antigas dúvidas
E aquiesceu à certeza
Que, de fato, sempre soube:
No dia da chegada
Não existiriam mais partidas.
Entregou-se sem medos
Ao ponto final.
3 comentários:
Com um sopro
entregou-se ao ponto?
Foi má decisão
pois por, baixo,
havia a vigília
de uma vírgula...
(verdade se diga
que, do ponto e vírgula
nunca lhe soube a função
separação?)
"ponto final" - o alfa e ómega do sopro que percorre o poema.
beijo
Sem partidas, amar sem fim...
Lindo!
Bjos
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