Como se fosse uma sombra.
Dançava músicas de um passado distante.
Recitava poemas crus de dores atrozes.
Lia livros, esquecidos há muito,
No canto mais empoeirado da estante.
Assombrava a si mesmo
Com uma regularidade decrescente.
Aos poucos voltaria à vida.
O tempo escoava rápido.
Sabia que o retorno já a observava
Do lado de fora.
Esperando um momento de distração
Para arrebatá-la.
Recusava-se, no entanto,
A antever o instante.
2 comentários:
Um instante é só um momento
Não se justifica a recusa
(pois nem é possível
estar constantemente em fuga)
Momentos que ficam, incertezas que nos invadem.
Gostei deste deambular por entre o deve e o pode.
Bonito!
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