domingo, 19 de julho de 2015

LIMPEZA

No raio do olhar
Lançou o dardo mágico.
Imediatamente, 
Após ultrapassar a retina,
Partiu em direção ao peito
Devastando tudo que encontrava
Pela frente.
Instalado, perigosamente nas entranhas
Começou a consumi-las
Como se um cupim ávido fosse,
Não deixando qualquer vestígio
Do que outrora ali havia habitado.
Tarefa concluída, auto-explodiu-se,
Em milionésimas partículas adstringentes,
Que fecharam-lhe todos os poros.
Refeita do fim, partiu ao início,
Limpa e nova para começar
O novo acúmulo,
Das sempre difíceis,
Futuras lembranças.

domingo, 5 de julho de 2015

CONTRÁRIO

No mundo do contrário era triste.
Morria a cada nascer do sol
No desânimo do pessimismo.
Exercitava a infelicidade
Em todas as lágrimas.
No mundo do contrário,
Caminhava para trás
Em plena desesperança 
De encontrar a passagem
Há muito perdida,
Depois da decisão, 
Até então definitiva,
Do ingresso derradeiro.