E apareceu, em forma de labareda,
Bem no meio da sala de jantar.
Assustados, aqueles que tomavam
Automaticamente a sopa fria e gordurosa
Dos tempos sem brilho,
Acovardaram-se diante da inusitada presença.
Perguntavam-se, entre parênteses,
O que teria ocorrido de fato.
Subindo na mesa, no alto de seu salto 15,
Dançou por entre os pratos
Alcançando a vetusta cabeceira.
Sentou-se indecorosamente de pernas abertas
E, gritando falas desconexas,
Atingiu o orgasmo recolhido há tanto.
Exausta, sucumbiu ao vento forte,
Que a carregou para todo o sempre.
Ao fim de tão trágica cena,
Voltaram à mesa aqueles que dela
Nunca saíram, suspirando, entre aspas,
Os desejos rotos e inconfessáveis.
A sopa congelou.
8 comentários:
Também me fazem sorrir os seus comentários lindos
Uma pequena história muito bem contada poeticamente.
Excelente, gostei imenso.
Bom fim de semana, Gisa.
Beijo.
saborosa essa sopa - bem melhor que dobrada fria...
Isso é uma rica sopa.....
Não pode haver quem não goste.
Boa semana
Beijo
Sopa tem que ser quentinha...
Boa semana
Oi Gisa,
Um texto que transmitiu nas entrelinhas fortes sentimentos...
Bjos
Um sopa que aqueceu com certeza os comedidos comensais.
Um beijinho amiga Gisa
Fê
Se a sopa é canja
deixa
mesmo fria
essa sopa
é sopa boa
tem é osso
(pois galinha
não tem espinha)
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