terça-feira, 26 de maio de 2015

ESTRELA

A estrela amanheceu
E fez-se sol.
Plenamente absoluta
Reinava em si bemol.
Entoava melodias,
Enternecendo o horizonte
Prenhe de expectativas
Entorpecidas nos seus montes.
A estrela adormeceu
E desfez-se o encanto.
Aconchegando no regaço
Ao som do terno acalanto
Todos aqueles que sonharam,
Um dia, estarem sob seu manto.

sábado, 23 de maio de 2015

CAMINHO

Na poça d'água via-se refletida.
Linda!
Acreditando na fresca imagem
Ganhou coragem para seguir.
Enxugou os olhos.
Recompôs-se do pranto
E sorriu para o horizonte,
Próximo amante a enternecer.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

IDEIAS

Na vontade de rever o nascer do sol,
Distanciava-se cada vez mais
Da sua marca,
Previamente estabelecida,
Por aqueles que comandavam a cena.
Tantos foram os recuos,
Que, quando deu por si,
Já fazia parte de um outro contexto.
Entusiasmada, no novo palco,
Iniciou a história pelo seu contrário.
Quem sabe começando do fim,
Poderia traçar um começo mais interessante?

sábado, 9 de maio de 2015

INVASIVA

Transbordava.
Tinha o difícil problema
De não caber em si.
A alegria lhe escorria
Em fitas coloridas 
Pela boca.
A tristeza, em rios escuros
Pelos olhos.
A raiva,
Em faíscas vibrantes
Pelo corpo todo.
A paixão
Em ondas cintilantes
Que alcançava todos ambientes
Embalada pelo som de sua
Gargalhada cristalina.

sábado, 2 de maio de 2015

CADEIRA

Dedicava-se, intensamente, ao desapego.
Pensava, por todos os ângulos,
Em como fugir daquela situação,
Incômoda, cansativa.
Não via caminhos,
Não queria ver.
Um dia teria que decidir
Entre as duas opções prováveis:
Ir ou ficar.
Enquanto isso,
Chocada com sua falta de iniciativa,
Exercitava o triste jogo
De pena de si própria
Acomodada na sua cadeira
De alto espaldar.