sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PEDRA

A ideia fixa, sedimentou uma pedra na minha mente.
Tinha contornos bem definidos, era bela.
Pontiaguda, posto que jovem,
Estava sempre a me lembrar a sua presença.
Sua inércia era algo que me afligia.
Parada, ar distante, mas sempre ali,
A impedir qualquer tentativa de esquecê-la.
Acostumei-me com sua aparente indiferença e fui-lhe dissimulada.
Segui vivendo, sempre a controlando e sendo controlada por ela.
Certo dia, farta de tanta impassividade, tentei arrancá-la.
Peguei pás e picaretas e comecei a trabalhar.
Dias depois a tinha transformado em pó.
Deitei-me exausta da árdua tarefa
No espaço que antes ocupava.
Assustei-me, quando o vazio que eu mesma tinha produzido,
Começou a se mover lentamente.
Fui engolida, pouco a pouco,
Pelo solo.
Ciumento,
Penalizaria-me, para sempre,
Pela ausência que agora sentia.

14 comentários:

Arnoldo Pimentel disse...

Muito bom seu texto, bastante reflexivo.Beijos.

Unknown disse...

ai ai ai....TENSO, mas como minha vó sempre diz: MINHA FILHA, OLHE SEMPRE O LADO BOM DAS COISAS!
Então lá vai o lado bom aqui, pense que se não tivesse ido atrás do que queria, "A PEDRA" que não fizesse oq estava ao sei alcance, não estaria realizado, estaria pensando em como seria se não tivesse tentado...
COMPREENDE-ME?
mas agora cabe a vosmecê conviver e superar a dor da ausência e a saudade que por um momento pode ser ruim, mas depois se torna gostosa de sentir!

XEROOOOOOOOOOO MOÇO =]

AC disse...

Uma espécie de aprendiz de feiticeira.
Bom texto, Gisa!

Beijo :)

Rogério G.V. Pereira disse...

Há coisas
de tão sagradas
nunca devem ser tocadas...

Não, não me refiro à pedra,
mas ao texto.

Jorge Pimenta disse...

há tesouros que o são por nunca terem sido tocados...
ai, a mão do homem e todas as suas fatalidades.
filosoficamente arrepiante, gisa!
beijinho!

Paulo Francisco disse...

O que dizer!? Aqui sempre uma ótima surpresa. Adorei.
Caraca! é muito bom estar aqui te lendo.
Um beijo

Dilmar Gomes disse...

Muito bom, poetisa.
Um abração. Tenhas um bom fimdi.

Anônimo disse...

Oi Gisa,

Infelizmente, deixamos para dar valor quando já não o possuímos mais, seja lá o que for. Prá mim, tenho a sensação de que este é um dos mais impotentes defeitos do homem. Chega a ser egoísta.

Beijos e bom final de semana,

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Como sempre IMENSAS AS TUAS PALAVRAS.

Deixo um beijinho com carinho e desejo que o teu fim de semana seja de amor e paz.
Sonhadora

ANTONIO CAMPILLO disse...

¡Qué importantes son los cambios! ¡Cuanto se debe trabajar para conseguirlos!
Alguna vez si se logra se acaba encontrando una dureza, una resistencia que pareciese el trabajo de Sísifo.
Este bello poema, Gisa, se debe leer en tu idioma original, como siempre digo. Su sonoridad es mucho mayor que si es traducido.

Un fuerte abrazo, Gisa.

Jose Manuel Iglesias Riveiro disse...

Ideas fijas, marcas en nuestra mente.
Difíciles de arrancar, dudas, deseos contrapuestos, dudas, remordimientos, barreras a la felicidad. Esto ultimo es lo importante, solamente esto es la huella que debe cristalizar en nuestra mente.
Gracias por tu comentario a mi post.
Besos en tu alma.

Anônimo disse...

Quelle aventure, quelle aventure!...
Bon week-end, Gisa!

Escritora de Artes disse...

O que será que mais incomodava, a ideia que virou pedra ou o vazio deixado por ela?......

Belo como sempre!

Saudaçoes

OceanoAzul.Sonhos disse...

Excelente!

bjs
cvb