domingo, 18 de novembro de 2012

MOVIMENTO

Do seu olhar frívolo de estátua observava o movimento.
Guardas-chuvas,
Saltos altos,
Bonés,
Ônibus,
Risos,
Cachorros,
Beijos,
Bicicletas,
Jovens,
Carros,
Conversas entrecortadas,
Errantes,
Assobios,
Outdoors,
Velhos,
Futebol,
Gritos,
Algodões-doces,
Tiros,
Danças,
Cartazes,
Balões,
Ambulantes,
Bolas,
Carinhos,
Sorvetes,
Lágrimas,
Skates,
Música,
Vida,
Brincadeiras,
Protestos,
Sorrisos,
Morte.
Do seu olhar frívolo de estátua observava o movimento.
E estava certa que assim desejava continuar.

9 comentários:

Anônimo disse...

Gisa, mesmo porque de nada adiantaria ser diferente.
Beijo carinhoso de bom domingo
Manoel

Marco disse...

Um poema atualíssimo... Espelho da fervura da grande cidade. Parabéns!

Rô... disse...

oi Gisa,

e quantas e quantas situações acontecem ao mesmo tempo,
num pequenino espaço que os olhos podem captar...

beijinhos

Flor de Jasmim disse...

Os nosso olhar consegue ver imensas coisas ao mesmo tempo, por vezes a verdade não é vista, ou não se quer ver.
boa semana minha querida amiga

beijinho e uma flor

ANTONIO CAMPILLO disse...

Así es, Gisa, esto es lo que queremos seguir haciendo: ser libres y vivir.
Desde un observatorio tan cambiante y tan poco discreto se observa todo, se oye todo, se asombra de todo y permite todo.
Esa estatua, tan permisiva que soporta a los animales amigos y su juegos, que una vez hasta soportó que la pintasen de amarillo y que nos observa, entre cansada y coqueta, nos dice siempre: ¡vivid, vivid cuanto podáis porque mi inmovilidad no me lo permite a mí.

Un fiuerte abrazo, querida Gisa.

Manuel Veiga disse...

ofuscante olhar...
ate um dia que o olhar se prenda num qualquer detalhe...

beijo

Cris Campos disse...

Passa lá que tem um convite pra ti, claro, fique a vontade para aceitar ou não ok? Gr. Bj.!

vieira calado disse...

Uma estátua observadora!

E, pelos vistos, tudo irá continuar, como observado...

Bjsss

Rogério G.V. Pereira disse...

MOVIMENTO

Do seu olhar atento de estátua observava o firmamento.
Olhava, sem deixar de olhar
O céu, ora azul, ora cinzento
A nave cruzando o ar
A nuvem densa ou escassa
Que por cima lhe passa
E a chuva que o molhava
E o sol que o cegava
E o vento que o secava

Para baixo
Apenas ouvia
O que a outra estátua via
Desígnios
do escultor
que lhe dera tal postura
quando o esculpiu
na pedra
de que o fizera

Do seu olhar atento de estátua observava o firmamento
Sem um lamento