sexta-feira, 20 de maio de 2011

ÓPERA

Aos primeiros acordes da ópera sobe o pano. O cenário flutua sobre o palco, retratando os dois mundos, em uma atmosfera de intenso brilho. Muita luz branca quase cega a plateia e uma bruma espessa sai por trás da cortina resignando-se a permanecer nos cantos opostos para não atrapalhar a cena. Ouvem-se as vozes dos protagonistas mas não é possível os ver. Ao que parece, estão envoltos na névoa. Debatem entre o canto e a poesia problemas sem solução aparente. Coisas sobre distância, almas aprisionadas, chás, poetas de múltiplas personalidades e zepelins. As palavras, que são lançadas de ambos os lados, ganham o centro da cena um tanto tontas com a exposição inusitada, mas corporificadas e felizes por serem a atração principal pela primeira vez. À medida que o texto se desenrola, os atores ausentes digladiam-se como astutos espadachins até a queda do último pano. A plateia aplaude e levanta-se. Quando já estão por sair, ouvem-se barulhos vindos do palco atrás das cortinas. Todos param curiosos e olham naquela direção, mas, como as cortinas continuam fechadas, voltam educadamente a tomar o rumo da saída. Agora, logo compreenderam, a apresentação tornou-se privada e já não será mais para eles...


Para uma melhor comprrensão s respeito do início de tudo
Uma grande brincadeira com meu querido amigo Rogério

11 comentários:

Lufe disse...

O que acontece em Vegas, permanece em Vegas......
Um bom acordo, de quem sabe jogar.

bjos

Anônimo disse...

Le théâtre, c'est ce qu'on veut bien nous montrer. La vie, c'est l'autre côté. Où commence la comédie et où s'arrête-t-elle? La réalité de la vie ne fait pas rêver.
Vive le théâtre!

Rogério G.V. Pereira disse...

Minha cara amiga, pouco se sabe dos afectos entre Fernando Pessoa e Ofélia. Para mim, bem podia serem assim, como os descrevemos (e vivemos?),dramatizámos e encenámos. Esta versão, não sendo oficial, serve-me. Quanto a este seu texto, neste post, guardá-lo-ei num lugar particular, no meu baú de memória afectivas entre aquelas que jamais serão esquecidas...

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Deixando o meu carinho e um beijinho.

Sonhadora

Anônimo disse...

Gisa, minha querida amiga. Adorei o "desafio" entre dois talentos. Genial!
Beijos com carinho.
Manoel.

La sonrisa de Hiperion disse...

Encantador blog el tuyo, un placer haberme pasado por tu espacio.

Saludos y un abrazo.

Misturação - Ana Karla disse...

Gisa então vou ler mais para entender. rs

Olha, essas defesas de teses são memso degastantes, mas no final vale demais.
Desejo-lhe sorte e sucesso na sua.
Xeros

Letícia Nunes disse...

Uau amiga! Saudade!!
Belo duelo!

Mil beijos

Julie Sopetrán disse...

Hermosos recuerdos de lo que es la opera... Precioso. Bello. Un abrazo.

`·.·•¤ Hanabi ¤•·.·´ disse...

Nunca hay que dejar de expresarse, aunque haya público presente... eso digo yo.

Lindo escrito :)

¡Besitos!

Catia Bosso disse...

Sabe, Gisa, que visualizei cada entrada e saida do palco... Muito legal!
Vocês dançaram no palco e em meu coração...

bj