terça-feira, 30 de agosto de 2011

ETÉREO

Lá estava ela, imponente como deveria ser.
Portas altas de madeira maciça esculpida.
Enormes arcos e coloridos vitrais.
A escadaria na frente convidava a entrar.
A moça que passava
Aceitou a oferta e adentrou no templo
Benzendo-se como há muitos anos aprendera.
Seus passos desprendiam-se dos seus pés em forma de som
E espraiavam-se pelo ambiente
Dançando, desrespeitosamente, sob as abóbadas.
Sentou-se no primeiro banco,
Não sem antes fazer a automática reverência.
O lugar lhe trazia concentração
E era isso tudo que precisava.
Fechou os olhos e deixou a luz que vazava pelos vivos vidros
Estimulada pelo sol do final de tarde
Colorir sua mente.
Viu-se crescer em força e coragem.
Decidiu que não mais sairia dali.
De um salto acrobático lançou-se ao ar
Iniciando o percurso inusual da fuga.
Bateu por todas as paredes,
Rolou no teto e
Lançou-se contra o chão
Com toda a energia acumulada pelos atritos.
Partiu-se em mínimos fragmentos alados.
Pousou suas parcelas em pontos estratégicos.
As pessoas, que chegaram em seguida.
Sorriram impressionadas com os novos anjos que adornavam
O etéreo cenário de paz.

14 comentários:

Carla Ceres disse...

Sorte dos construtores que foram presenteados com enfeites vivos! Por isso devemos caprichar quando criamos nossos templos. Vai que algum anjo nos visita? Beijos!

Dja disse...

Coisa boa é te ler lindona.

beijos querida.

Hugo Nofx disse...

UaU! Estou sem palavras!
beijo.

AC disse...

Gisa,
Tens uma imaginação prodigiosa, sem dúvida, a deixar adivinhar uma energia sem fim...!
(Quando te leio, há momentos em que penso que este mundo é demasiado acanhado para ti)

Beijo :)

Ricardo e Regina Calmon disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dilmar Gomes disse...

Oi Gisa, gostei do angelical poema.
Um grande abraço. Tenhas uma linda noite.

Jose Manuel Iglesias Riveiro disse...

Para mi siempre es un autentico placer el leer lo que escribes, ere todo imaginación, fuerza, pasión.
Hacer que uno imagine, sueñe, goce, eres en definitiva un ángel con el que uno sin merecerlo se ha encontrado.
Un beso.

Estações de Novembro disse...

Primeira vez a sua pagina, uma vez que amei este seu poema, se assim posso chamá-lo. Virei mais vezes, tenha uma ótima noite. Beijos

Rebeca Estrela disse...

Sempre se superando, alcançando os limites que traçou para si. Lindo, maravilhoso, angelical! Parabéns!
Beijos, e até o próximo post.

Rogério G.V. Pereira disse...

Entrou, por entrar
Entrar num templo
em dia de calor, dá para refrescar
Olhou, olhou, olhou
Olhou quem estava, as paredes, o tecto, o chão
Não saiu mais. Os anjos lhe sorriram
quando aconteceu a sua conversão

J Araújo disse...

Um poema angelical, diferente, onde anjos e gente se mistura ao oposto do contraditório.

Bj

Ricardo e Regina Calmon disse...

Feliz ficarei se voce adicionasse essa escritora de ponta,perceba: Miriam de Sales Oliveira, comentou em meu último post!

bzuz nas mãos,Gisa Querida

viva la vida

Palavras disse...

Oi Gisa,

Vi seus poemas no blog do Ricardo e corri pra conhecer o seu espaço. Muito bons todos os seus poemas. Você tem o dom das palavras!

Gostaria de te convidar para conhecer meu blog também.
Abraços

Palavras disse...

Gisa, gostaria de ser sua seguidora, mas não consegui.

Abraços