quarta-feira, 9 de novembro de 2011

FITAS

Frente a frente
Imagens reflexas
Olhos fixos que bebiam os últimos instantes
Um no outro.
Uniram as mãos espalmadas.
E, no susto, iniciaram a dança
Dos corpos colados.
Buscavam a fita e a encontraram
Muito bem escondida
No limiar dos seus infinitos.
Apoderaram-se, cada qual da sua extremidade
E, sem sorrisos,
Iniciaram o percurso rumo ao oposto.
O laço desfez-se sem qualquer encanto.
Livres, voaram acompanhando as piruetas
Da fumaça perfumada do incenso.
De saudade ficou apenas
A imagem do laço desfeito em pontas
Que insistia em acenar o mais patético
Adeus.

19 comentários:

Julie Sopetrán disse...

La libertad del adiós con aroma de incienso... Bellísimo, Gisa. Como siempre, mi admiración más sincera. Eres una gran poeta.

2edoissao5 disse...

tem horas que precisamos romper os laços!

Jose Manuel Iglesias Riveiro disse...

Otro hermoso poema que ratifica que eres una gran poetisa, mostrándonos continuamente tus pensamientos y deseos, con una gran maestría y con una delicadeza maravillosa propia de espiriyus libres y apasionados.
Un gran beso amiga.

Anônimo disse...

Une danse un peu spéciale où les liens se libèrent.
Très intéressant!

Dilmar Gomes disse...

Amiga, teu trabalho continua profundo e melódico.
Um abração. Tenhas uma linda noite.

ANTONIO CAMPILLO disse...

Adiós con libertad, sin pagar nada a cambio y sin tomar nada que no pertenece a ninguno.
Una mirada en el último instante es suficiente para constatar la decisión adoptada.

Un fuerte abrazo, Gisa.

Anônimo disse...

Gisa, que pena!!! Esse adeus foi patético mesmo.
Beijo com carinho.
Manoel.

Maria Lúcia Marangon disse...

Oi, Gisa!
Ando meio saudosista. Acho que é por conta da idade mesmo. Talvez tenha sido por isso que esse poema doeu em mim. Ele me fez lembrar do passado e de uma dor...
Beijos!

Penélope disse...

Fitas, laços... nós que atam e desatam...
Abraços

Miriam de Sales disse...

Gisa,gosto muito dos seus versos.Esse que fala de adeus está demais. bjs

Carla Ceres disse...

Até uma dança do adeus fica bonita quando é você quem escreve, Gisa. Beijos!

Dja disse...

Oie minha lindona

Eita que bonito isso lindona, até na hora do adeus, a dança, os laços desfeitos tudo poesia na sua mão

Beijos querida
Meu carinho.

Luna Sanchez disse...

Os finais são sempre tristes mas podem ser belos, ainda assim. Eis a prova.

Obrigada pela presença carinhosa no meu post de aniversário, Gisa.

Um beijo.

Fê blue bird disse...

A vida é feita destes encontros e desencontros, resta-nos sempre a recordação.
Triste, mas lindíssimo este seu poema.

beijinhos

Sérgio Pontes disse...

Muito bem, beijinhos

Rogério G.V. Pereira disse...

Chego
e não gosto
Uso dos poderes
e saberes
para fazer reset à cena
(não suporto um adeus, faz-me pena)
Tudo volta ao principio
ao sorriso
pleno
e ao incenso
à dança em rodopio
num movimento como nunca se viu
O laço?
O laço enlaça
e as pontas se guardam
para que ninguém o desfaça

Anônimo disse...

Uau! Que texto, Gisa! Tocou fundo! Me lembrou o fim do meu primeiro casamento. Acho que se buscasse uma frase pra definir minha separação seria:
Frente a frente
Imagens reflexas
Olhos fixos que bebiam os últimos instantes
Um no outro.
Poxa, me emocionou.
Beijokas e meu carinho.

Caca disse...

Chamar rupturas de bonito é estranho, mas em poesia (feita com tal zelo e estro criativo) é permitido e necessário. Adorei, Gisa! Meu abraço. paz e bem.

OceanoAzul.Sonhos disse...

Emocionante Gisa, gostei muito.

beijos
oa.s