terça-feira, 27 de dezembro de 2011

PERDA

O trem parou instantes na estação. Apressada, como sempre, queria seguir seu curso. Não se deu conta que era chegada a hora de descer. Percebeu, somente após a última curva, em cima da alta ponte, que havia perdido a oportunidade. Acometida de pura esperança saltou do vagão em movimenton lançando-se contra o espaço acolhedor. O tempo, indiferente ao seu esforço tardio, ignorou-a. Ficou  vagando no infinito do nada até diluir-se por completo.

10 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Amiga Gisa, passando por aqui para apreciar tua arte.
Um abração. Tenhas uma linda semana.

Anônimo disse...

Talvez essa "perdição" lhe traga reflexão. Muito bom, Gisa! Beijos. :)

Arnoldo Pimentel disse...

Sempre lindos seus textos.Beijos

Mª LUISA ARNAIZ disse...

Una explicación lógica a los deseos de eternidad. ¿Sería así? Besos.

Rogério G.V. Pereira disse...

RESET

Tinha ela
acabado de se dissipar
no ar
no ponto infinito do nada
Lesto e convicto
sem qualquer grito aflito
procurou
o spray da vida
Pulverizou, pulverizou
em circulo, naquele ponto
e pronto
Ali estava ela
inteira,
sólida, bela
verdadeira
com se não acontecesse nada
Depois foi só fazer recuar
o trem à ponte,
de onde ela resolvera saltar
e mete-la no seu lugar
adormecida
sem guardar do acontecido
qualquer recordação

Esperá-la-ia na próxima estação.

Flor de Jasmim disse...

Intenso!!!

Beijinho muito grande Gisa

Diogo Didier disse...

Prá vc tbm querida! Um 2012 de luz e prosperidade...bjoxxxxxxxxxx no coração!

Unknown disse...

Gisalindamiga

Gosto muito da tua poesia, mas adoro este naco suculento de prosa. Escreves realmente muito bem, ponto.

Uma vez mais, não resisto: O tempo, indiferente ao seu esforço tardio, ignorou-a. Ficou vagando no infinito do nada até diluir-se por completo. escrever não é difícil; difícil é saber escrever. Tu sabes.

Abç & qjs em especial para tu

ANTONIO CAMPILLO disse...

Un largo viaje hacia el desconocido "dejarse llevar hasta el final".
Tu prosa, Gisa, es tan nítida y fresca como tus poemas. Creo que deberías regalarnos más narraciones en prosa.

Un fuerte abrazo, Gisa.

Anônimo disse...

Gisa, perda para a vida, todavia acolhedor para o espaço.
Beijo no coração.
Manoel.