Carrego a caixa
Para o sótão.
Escada íngreme
E tortuosa.
Morcegos voam,
Emaranham-se
Nos meus cabelos,
Emitem guinchos assustados.
Sigo em frente,
Degrau a degrau
Protegendo, firmemente o meu fardo
A escuridão está cada vez maior,
Melhor assim,
Dificuldades tornam-me mais protegida.
Entro no recinto empoeirado,
Coberto de teias de aranha.
Vou pelo tato até a prateleira mais alta
E lá, deposito o pacote.
Certifico-me que a etiqueta “não mexa”
Está fixada no lado que ficou para fora.
Dou as costas e começo o caminho de volta.
Ao pé da escada,
Quando tranco a porta do subconsciente,
Suspiro aliviada,
Está feito,
Nunca mais lembrarei de ti.
22 comentários:
rigolo !
Brilhante!
bj
OA.S
Gisa, ADOREI!
Só vindo de voce mesma amiga!
Saudades suas.
Boa noite!
Bjos.
Gisa, ficou lindo!! Nao so as palavras, mas a estetica!!
Típico filme de horror:
morcego, teia de arannha, o porão, o post de ontem.
Essa sua cabecinha anda muito europeizada.
Sensacional!
Fui com você, pé ante pé, degrau por degrau a caminho do sotão.....
Gostei do tema, da sonoridade, da estética.
Você colocou a escada aos nossos olhos.....
Criativa, hem amiga?
bjoca
Menina querida, vc faz beem tudo onde coloca as mãos.
Que seu domingo seja maravilhosso, doce e cheio de sorrisos!!!!
Beijão do amigo que nunca se esquece de ti, ZC
PS: Ontem mandei uns e-mails para seu Gmail.
Gisa:
E eu, todas as vezes que me lembrar do teu "poema em escada", me lembrarei de você. Aliás, sempre me lembro do seu sorriso, dos seus gestos de amizade e dedicação aos amigos.
E lhe peço desculpas por não frequentar mais seus blogs por minha falta de tempo, sinceramente. É que tento fazer tantas coisas de uma vez só! Eu sou assim e não sei como ficar quieto. Talvez você entende, porque você é geminiana como eu.
Mas me queira bem sempre, porque a recíproca é verdadeira. Gosto dos seus escritos e de sua tão bela e enriquecedora aura.
abraços
chico
FADA GISA, CHOCANTE, CONTUNDENTE, O AMOR QUE A VOCE DEDICA, ARTE ESSA, DE PORTADORES DA ARTE DO VIVER, ESTIMAR A SI PESSOA VIVENTE, PARA ,APÓS, ASAS DAR, AO MEL TEU,ME FAZ PESSOA,PERCEBENDO,QUE OS DIREITOS E ATITUDES DA MULHER,O INÍCIO DE TUDO,EMERGEM E TRANSCENDEM,POIS DIANTE DAS TECNOLOGIAS NASA AND INTERNET, O INÍCIO DA VIDA E ESTRELA MAIOR DESSA CAUDALOSA CORRENTE,VIDA CHAMADA,ANTES QUE LO UNIVERSO SI EXPLODA!
TU ÉS MULHER,GUERREIRA,ESCRIBA E TRANSPARENTE PERSONA,PREMIADA FOSTES PELO FEMININO,O INÍCIO E DECORRER DE TUDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
BZU MANUS SUAS
BRAÇADAS DE GIRASSOIS,ARCANJOS TE LEVAM,AND JASMINS,PARA ORNAR,BRILHAR E VIDA IRRADIAR,MESMO EM DREAMS TUO!
BZUS GIRASSOLICOS EM CARDÍACO TUO!
VIVA LA VIDAAAAAAAAAAAA
Minha querida
Mesmo guardada nesse sótão tão fundo...o conteúdo dessa caixa, nunca ficará enterrado...de vez em quando aparece feito fantasma.
deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
Hoje tive medo
Convidaste-me a caminhar contigo, carregando esse pacote.
O caminho era escuro. Incerto. Vazio.
Depois de colocar a caixa naquele canto, parece ter descido aliviado. Desci mais rápido e perdi-te de vez.
Não suporto estas viagens........
Amiga Isa!
Vim lhe ler e deparei com este lindo post! Parabéns pela linda e sentida forma qe o faz!
Siga-me em meu novo blogue:
http://transpondo-barreiras.blogspot.com
Um beijo e bom inicio de semana.
Poema en escalada, en dibujo, en hermoso contenido. Muy sugerente y hermoso poema Gisa.
Me gusta.
Guarda no sótaão as palavras sentimentais de todos os versos...
Lindo e lindo, amei a estética do poema!!!
Beijos
Que poema bonito Gisa! A essência e a forma em total simbiose.
Parabéns querida.
Beijinho
Hermoso poema,imaginativo y estéticamente precioso.
Una invitación al desván inquietante e incierta.
Un beso.
Belíssimo poema!
Te superas a cada novo texto, Gisa!
Brilhante, amiga!
Bjo
Degrau a degrau te acompanhei pela escada de fino recorte, desenhado pela poesia enlaçando a prosa.
Passado o último degrau voltei para trás, também.
É bem verdade que, por vezes, o melhor a fazer às memórias é tapá-las, guardando-as num espaço a não mexer.Quiça, mais tarde, outro tempo lá volte.
Gostei!
BJS
Amei. Parabéns.
O ANJO E A TEMPESTADE
Um trovão retumbante ecoou pelo firmamento
Trazendo consigo mensagens de flagelo e destruição.
O desespero tomou conta do pequeno vilarejo.
Seus habitantes, pegos de surpresa, precipitaram-se.
Os ventos tornaram-se cada vez mais fortes...
Os nobres trancaram-se em seus castelos
Enquanto a plebe disputava espaço em choupanas.
O trovão rugia ameaçadoramente
Apavorando até mesmo o mais valente dos aldeões.
Os tementes suplicaram aos céus por misericórdia;
Crianças, sem mácula, jaziam estáticas de pavor.
O céu escureceu engolindo a claridade,
As trevas e a escuridão uniram-se pelo mesmo objetivo.
Não se encontrava um só profeta,
Nem mesmo um cético,
Apenas futuras vítimas do imutável Armagedon.
Subitamente um anjo apareceu
E tocando sua trombeta
A terrível ameaça fez desaparecer.
Um grito de louvor foi ouvido por todas as nações.
Não pronunciando uma só palavra
O anjo novamente tocou sua trombeta:
Desta vez, versos caíram
Umidecendo de humildade orgulhosos corações.
Poesias cheias de esperança e salvação
Sopraram sonetos
Carregados de amor e afeição...
E nesse milagroso momento,
Eis que nobres e aldeões se abraçaram,
Sem orgulho ou submissão,
Nas ruas, nos bosques,
Nas choupanas e castelos
Agora sem divisão.
.
De: Agamenon Troyan
(machadocultural@gmail.com )
Gisa, adorei o poema, pelo conteúdo e pela forma (característica do Concretismo). Parabéns!
Beijos!
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