segunda-feira, 19 de setembro de 2011

HORAS

Soube que eram horas
Na hora de provocar, seduziu.
Fez-se interessante e divertida.
Sorriu e desdenhou.
Na hora de concretizar, surpreendeu.
Foi audaciosa e impertinente.
Deu e exigiu.
Na hora de terminar, assustou-se.
Havia espantado da sua compreensão
Toda e qualquer ideia
De que um dia
O inevitável deveria se impor.
Baixou a cabeça,
Reerguendo-a no instante seguinte
Com a expressão mais impassível e displicente
Que conseguira formar.
Era chegada
A hora de fingir.

12 comentários:

Anônimo disse...

Un instant n'est pas une vie.
On peut se modifier en faisant attention. Mais si l'on chasse le naturel, on dit qu'il revient au galop.
Bon début de semaine, Gisa!

Rogério G.V. Pereira disse...

Chegada a hora
de fingir?
Eu cá por mim
essa hora é sempre
hora chegada
Finjo por tudo e por nada

Pois não é um poeta
um fingidor compulsivo?
Passa-se comigo
Passa-se consigo
Passa-se com ele
que nos diz
muito senhor do seu nariz:

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é amor
O amor que deveras sente.

Rogério F. Pessoa
(O Fernando que me perdoe, e a Gisa também...)

Ivone disse...

Lindo poema! Até rendeu um outro poema do seu amigo poeta, Rogério!!!
Abraços,
Ivone poemas
henristo.blogspot.com

Dilmar Gomes disse...

Amiga Gisa, o colega Rogério antecipou meu pensamento, pois ao ler teu poema, primeira coisa que me veio à mente, foi o consagrado poema do grande Fernando Pessoa.
Um grande abraço. Tenhas uma linda semana.

Eva Gonçalves disse...

Há horas para tudo! :)Beijinho

Paulo_Sotter disse...

Lindo poema que me passa principalmente a idéia de atitude. "Baixou a cabeça, Reerguendo-a no instante seguinte". E o "fingir" neste caso me parece apenas guardar para si alguma dor. Um abraço Gisa!

Sérgio Pontes disse...

Linda, adorei

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá, belo poema...Espectacular....
Cumprimentos

Jose Manuel Iglesias Riveiro disse...

Hermoso poema el que has escrito, uno mas de muchos salidos de tu alma.
Las hora de fingir, provocar, insinuar empezar el juego. Hay veces que este juego se convierte en algo real sincero y deseado en la distancia, y se pregunta si alguna vez podra ser real.
Un beso grande.

Carla Ceres disse...

Esse poema dá muito o que pensar. Beijos!

Paulo Francisco disse...

Lindo poema.
Fiquei imaginando a situação.
lembrei-me de alguns fatos ocorridos rs rs
Um beijo grande

ARFERLANDIA disse...

Li os poemas do BLOG - GOSTEI !!!

E nas palavras escritas
Que expressam sentimento
De AMOR, PAIXÂO, ALEGRIA
Que a vida se constrói,
Seja em prosa ou POESIA!

Um abraço fraterno, com amizade,

ARFER