sexta-feira, 6 de abril de 2012

TRAÇADOS

Por um ato de extrema liberdade concordou em trilhar o caminho a seu lado.
À medida que andavam, em meio a sorrisos e surpresas, ele a ia enlaçando com fitas coloridas.
Flores também lhe foram ofertadas, ao longo do percurso, para adornarem-lhe os longos cabelos.
A estrada já não era mais tão nova, mas ainda guardava seus encantos.
Eles já não eram mais tão distraídos um com o outro, mas ainda tinham curiosidades mútuas.
O trilhar foi se tornando comum e, até um pouco, enfadonho.
As fitas perderam as cores e já pesavam em torno da sua cintura.
As flores murcharam e apodreceram nos seus cabelos sufocando os seus pensamentos.
Ela começou a percebê-lo distante, apesar de tão próximos.
Entendeu também que se assim o era, o mesmo ele deveria sentir.
Certo dia arriscou-se a sair sem que o corpo se movesse.
Foi e voltou, com êxito.
Dia seguinte foi mais distante. De novo conseguiu.
Compreendeu o básico. Por liberdade plena concordou em seguir aquele caminho
E com plena liberdade poderia deixá-lo.
No amanhecer seguinte acordou, despiu-se dos antigos adornos, deu-lhe um beijo na testa e partiu procurando novos traçados
Não via o momento de recomeçar sua vida de descobertas.

11 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

E assim, ela partiu
Só mais tarde lhe disseram
que o caminho percorrido
o tinha levado ao Calvário

Nada a fazer, fora crucificado

José Leite disse...

Há que ter as mentes abertas a todas as descobertas...

Silenciosamente ouvindo... disse...

O ser humano nunca está satisfeito,
daí andar numa permanente busca.
Gostei.
Tenha uma boa Páscoa assim como
sua família.
Bj.
Irene

Nathalia Passarinho disse...

Li seu poema com um aperto no coração.
É triste, mais a liberdade fala mais alto.

Escritora de Artes disse...

A liberdade nao tem preço, adorei o texto!

Bjos

SKIZO disse...

Belo.Texto
Bj

Jose Manuel Iglesias Riveiro disse...

Solo vale la pena vivir aquella vida que nos ilusiona, que hacer aparecer una sonrisa en nuestra cara, que nos llena de nueva y renovada ilusión.
Besos en tu corazón.

ANTONIO CAMPILLO disse...

Buscar lo imposible, encontrar lo inédito, volver a la realidad, no jugar con una libertad que depende sólo de uno mismo.
Probables ilusiones perdidas deben ser renovadas mediante aspectos que pierden su frescura con harta frecuencia.
Como siempre reitero, leído en tu idioma es un poema potente , sereno y fuerte. Siempre se debe leer en original.

Un fuerte abrazo, querida Gisa.

Mariz disse...

A busca pelo desconhecido, torna a realidade mais fácil de ser vivida...

beijos querida!

Mery disse...

"Recomeçar...ser livre!
Isso é bom; e todos podemos seguir o *exemplo.
E fiquei curiosa com o comentário do Rogério(?) Será q não entendi o texto, pode ser.
Beijo;
bom domingo de Páscoa.

Ana Andreolli disse...

A gente sempre em busca de algo desconhecido. Somos curiosos.