sexta-feira, 1 de julho de 2011

FUGA

A névoa tomou conta do ambiente.
Densa, úmida, sufocante.
Mal conseguia distinguir as árvores retorcidas do caminho.
Seguia instintivamente com passos dúbios.
De quando em quando emaranhava a capa nos arbustos rasteiros.
Cansada e com pés fustigados pelas agruras da trilha parou para descansar.
Dormiu rápido, mas foi acordada abruptamente pelo som dos cães que não desistiam de lhe caçar.
Cansou de agir dentro da normalidade.
Assumiu sua sina.
Deixou que o longo abrigo caísse ao chão.
Permitiu que todo seu interior aflorasse.
Em breves instantes, os cães passaram e não a viram mais...
Jamais poderiam imaginar que a dissolução operara-se,
Transformando-a instantaneamente
Naquele intenso faixo de luz
À beira do abismo...

8 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Hoje passando apenas para agradecer o teu carinho e apoio...estou voltando e melhor...a amizade é um abraço apertado que nos aquece a alma.

Beijinhos com carinho
Rosa

Julie Sopetrán disse...

Hermosas palabras de nostalgia, versos románticos, poesía lírica de una gran poetisa. Felicidades. Feliz semana. Besos.

Rodrigo de Assis Passos disse...

fuga !!!

OceanoAzul.Sonhos disse...

Sempre interessantes os teus textos amiga, gostei!
Um abraço c/carinho
oa.s

Jorge Sader Filho disse...

É um longo caminho...

Carinho

Catia Bosso disse...

As umidades da vida são as piores né!!!
Mas aqui no seu texto, encontrei mais que isso, encontrei uma busca de valores...

bj

Zé Carlos disse...

Gisa querida, só você não percebeu ainda o quanto gostamos de você..... e a falta que vc faz quando desaparece......

Bjs do Zé Carlos

Rogério G.V. Pereira disse...

Ninguém se dissolve
como disse se dissolver
quer é esconder
que tal protecção
se deveu
a um gesto da minha mão

(mesmo se falhasse
e pelo abismo caisse
dar-lhe-ia asas
paraquedas
algo que se abrisse...)