quarta-feira, 25 de abril de 2012

INCONVENIENTE

Nunca tive a pretensão de buscar a felicidade.
Ela, intrometida, veio e bateu na minha porta.
Entrou e acomodou-se no sofá da sala de estar.
Já fiz de tudo para que se decepcionasse comigo
E fosse embora ofendida.
Gritei, praguejei, fui mal educada.
Varri seus pés, desliguei a televisão, apaguei a luz.
Nada.
Segue lá, impassível, insistente.
Quando irá entender que não a quero?
Quando irá entender que sou poeta?

10 comentários:

Flor de Jasmim disse...

Os poetas também devem ser felizes!
Não a maltrates, aceita-a porque ela é muito preciosa.
Para mim instalou-se a infelicidade e não desiste de me atormentar.

Beijinho e uma flor

Patrícia Pinna disse...

Boa tarde, Gisa. A felicidade é um sentimento que deve fazer parte da vida de todos, até do poeta, que na maioria das vezes enclausura-se nas suas emoções tão intimamente, que esquece de que pode e deve ser muito feliz!
Lindo, Gisa, amei!
Um beijo na alma, e fique na paz!

Anônimo disse...

"Quando irá entender que sou poeta?".

Lembrei-me de um trecho de uma música que a Maria Bethânia canta: "Assim como o poeta só é grande se sofrer..."

Beijos, querida.

Julie Sopetrán disse...

Precioso Gisa!!!

AC disse...

Gisa,
De inconveniência em inconveniência se procura a conveniência.

beijo :)

Rogério G.V. Pereira disse...

Fosse essa felicidade
a que os poetas insistem em cantar
e não a irias desprezar

Por muito que o sofrimento te inspire é mentira
que o prefiras...

Cabe citar Pessoa:

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Aprendiz do amor disse...

a-d-o-r-ei! hehe é certo que muitas poesias lindas surgem das mais profundas dores e inquietações, porém, um tiquinho de alegria também faz belíssimas poesias. (:

Palavras disse...

Conta para ela que os poetas precisam da dor de vez em quando...

Beijos Gisa

Leila

Carla Ceres disse...

Não diga isso nem de brincadeira, Gisa. Juízo, menina! :) Beijos!

ANTONIO CAMPILLO disse...

Es frecuente que algún poeta quiera el amor pragmático, casi grosero.
No ve más allá de él y no establece distinción entre amor sentido y lujuria solicitada.

Un fuerte abrazo, querida Gisa.