sábado, 9 de junho de 2012

DESCONSTRUÇÃO

Necessito te desconstruir.
Tua altivez me fascina.
Retiro-a com cuidado
E a acondicino com todas as honras
No envelope pardo
Número um.

Tua boa formação de caráter me encanta.
Colho todos os teus princípios
E, separo-os com finas folhas de papel de seda 
Coloridas de acordo com o que representam
Fechando-os, ao fim,
No envelope pardo
Número dois.

Tua luta por ideais me comove.
Deponho tuas armas de um lado,
Mantendo-as sempre apontadas
Para os teus ideais
Do lado oposto.
Acomodo todos
Antes de lacrar 
No envelope pardo
Número três.

Pego todos os preciosos invólucros 
E dirijo-me ao penhasco sobre o mar. 
O primeiro ofereço ao sol altaneiro,
O segundo, aos firmes rochedos, 
O terceiro, ao bravio mar.
Assisto, sem chorar, cada qual ser incorporado
Ao teu natural respectivo.
Convencida de que fiz o melhor para os dois,
Desonero-te do duro encargo que te impingi
Com minha admiração doentia.
Leve, aceito passear com as gaivotas
No derradeiro voo sobre o horizonte.

16 comentários:

Inaie disse...

Ah não amiga... os envelopes tiveram destino adequado, mas voar com as gaivotas nem pensar!!!!

Nada de derradeiro voo.

Rogério G.V. Pereira disse...

Lamento
Mas nenhum pássaro
Aceitará te satisfazer tal intento

Todas as gaivotas me são fieis
E o horizonte me é também
Ele não te acolherá nada de derradeiro

Ah, as gaivotas recolheram todo o espólio e mo devolveram...

Nada a fazer
Voltemos ao ponto de partida
onde começa a vida!

wcastanheira disse...

Mias uma vez belo, intenso, será q tá frio em PELOTAS aqui em TRAMANDAI RS está muiito frio, só lendo vc para aquecer um pokinho, pra ti guria, bjos, bjos e bjossssssssssss

Breve Leonardo disse...

[ventos de coragem se entremeiam com a palavra,

acto final, último soltar de voo.]

um imenso abraço, Gisa

Leonardo B.

Marco disse...

Escreves muito bem e com bastante maestria. Parabéns poetisa!

Dilmar Gomes disse...

Ufa! Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.

CHIICO MIGUEL disse...

Gisa,
minha cara Amiga,

Giso,
Coloquei mente e papel
pra te fazer um poema
como a doçura do mel
que é o mais gostoso tema.


Gostaria de sentir suspiros
como os que suspiram tua alma,
nos braços da poesia.

Nossa rima é o abraço
de quase meia-noite,
para te dar um bom-dia
depois que a manhã nascer.

Duas trovas pra você,
uma com rima outra sem,
que o abraço fará bem
dormir,sonhar e viver.

beijão
chico

Beijos
Xico

Anônimo disse...

por vezes precisamos saber deixar ir..bjs texto lindo..boa semana.

Álvaro Lins disse...

Belo; até, porque adoro gaivotas:)!
Bjo

Julie Sopetrán disse...

Me encantan los significados, la profundidad de tus versos, Gisa. Besos.

O Profeta disse...

Convido-te a conhecer um Homem de papel
Convido-te a olhá-lo num espelho de água

Bom fim de semana

Mágico beijo

Silenciosamente ouvindo... disse...

Pois é uma desistência...
Um final...
Uma utopia...
E o passear com as gavivotas...
mas voar com elas NÂO.
Bj.
Irene Alves

Fernando Santos (Chana) disse...

Belo texto...Espectacular....
Cumprimentos

Escritora de Artes disse...

Belíssimo texto cara amiga!

Bjos

ricardo alves / são paulo,brasil disse...

esta doeu rs!!!
diria que váaaarios homens podem enxergar algum pedaço de suas vidas nestas palavras...
não me atreveria a dizer que a recíproca é verdadeira...
saudações amiga!

ANTONIO CAMPILLO disse...

Sí, Gisa, es una "tetralogía" muy bien ideada acerca de situaciones positivas y negativas.
Es como una balanza que midiese con gran exactitud, cual Anubis, el peso del alma con respecto a las actitudes cotidianas.

Un fuerte abrazo, querida Gisa.