quarta-feira, 9 de março de 2011

CAIXA

Linda, enrolada em fino papel com direito a laço e tudo
Lá estava, faceira, em cima da mesa da sala
Dona do ambiente, atraía o olhar pelo seu colorido
Tudo em volta parecia embaçado e sem graça
Senhora absoluta das atenções
Reinava em meio aos misteriosos holofotes da curiosidade
O magnetismo intensificava-se
Até que ela, com peito arfante, jogou-se naquela direção
Desfez, rapidamente, o invólucro
Abriu-o extasiada
Deparou-se com sua imagem aprisionada
No espelho que habitava o fundo da caixa
O silêncio,
A que se seguiu o grito afônico,
Explicou, sem palavras,
A inusitada situação do autoconhecimento repentino.

17 comentários:

Guará Matos disse...

É o que dar se "evitar" e não procurar se conhecer. O dia que isso acontece é um "Deus nos acuda".

Bjs.

Lufe disse...

Desfeitos os laços, rompido o envolucro e aberta a caixa que nos envolve, o conhecimento de nós mesmos, se não for um exercicio frequente, nos deixa estaticos, emudecidos.
Bela figura para nos instigar a conviver com o nosso eu.

bjos, minha querida.

Andréya Rosa disse...

Nessas horas o silencio nos revela ah nós mesmos...

beijos querida..

machoemcrise disse...

Olá Gisa!
Nossa texto perfeito como sempre, é ótimo ler os seus textos logo de manha para ter um bom dia.
beijos

2edoissao5 disse...

intrigante e revelador...

wcastanheira disse...

Um pqueno texto, uma gigantesca mensagem, por isso guria é tão bom passear por aqui, tu é trilgal tchê, pra ti bjos, bjos e bjosssssssssssss

Alfredo Rangel disse...

Gisa, e como este auto-conhecimento é, quase sempre, dolorido. Mas esta forma da caixa, que vc apresenta, é mesmo muito interessante. Parabéns!
beijos

Rabiscando Poesias disse...

Gisa, belo!!

adorei as figuras usadas nesse poema e, nessa caixa, bjs

Mariz disse...

Bom dia querida,

o autoconhecimento é sempre difícil, belo texto.

Q seu dia seja maravilhoso!


Mil beijos!

Rart og Grotesk disse...

as vezes nos assustamos em nos auto conhecer, parece que temos medo de nos conhecer e nos aceitar.
bjs!

Betha Mendes disse...

E que susto!
Será que nos conhecemos mesmo, ou vivemos eternamente nesta "caixa"?

bjs

Betha

Luisana Gontijo (Lu) disse...

Olá, Gisa, querida!!!
Seus textos estão cada dia mais criativos e belos!
Uma delícia saboreá-los!
Beijo carinhoso, amiga!!!

Renato Oliveira disse...

Oi Gisa! super obrigado pelo acesso ao Cine Freud! seja sempre bem vinda! ;)

Gostei da criatividade presente em teus textos! e a respeito deste auto-conhecimento repentino, é possível pensar sobre a temporalidade das coisas, e nas surpresas daqueles que não se permitem aprendem a um ritmo oportuno a saudável. O espelho desta caixa me lembrou muito a idéia de um outro especular que eu autor que admiro, costuma abordar.

Um abraço!

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...

Boa tarde, querida amiga Gisa.

Adorei!!
Eu gosto de me policiar sempre, porque, como todo mundo, gostaria de me aproximar da perfeição. Lembro-me de uma vez, que depois de uma longa reflexão, fiquei decepcionada comigo mesma, ao detectar um defeito no meu comportamento.
Tratei logo de bani-lo...
Continuo garimpando meus defeitos, para jogá-los no lixo. Embora não seja muito fácil.

Um grande abraço.

Muito obrigada pela honra da sua visita.

Anônimo disse...

Sempre ele, o sábio silêncio...

Beijo!

Jorge Pimenta disse...

querida amiga,
a mais dura das epifanias é aquela que tem o nosso rosto com as formas reflectidas... belo texto, sem dúvida!
um beijo!

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

Poema que se faz mistério, que diz mistério a surpresa de uma caixa que pode de tudo nos revelar algo não rotineiro