O barulho, que iniciara longe, estava cada vez mais próximo
Música, batuque, vozes, risadas vinham de mãos dadas pelo ar
Entravam, sem pedir licença, nos seus ouvidos
Sua cabeça começava a girar com a trepidação que o som lhe causava
Tentava seguir no mesmo passo mecânico e ausente,
Começava a perceber que não conseguiria resistir por muito tempo
A aura gélida, que levara tanto tempo para conquistar, começava a derreter
Não se lembrava de como o calor era agradável
Não se lembrava de como o calor era agradável
Já sentia nos olhos um pequeno desajuste
Quanto tempo mais iria aguentar?
Os acordes agora já a envolviam, brincavam com seu corpo, faziam-lhe cócegas e caretas
Podia senti-los muito presentes
A respiração foi tornando-se comprometida
Os nós começaram a desatar
E a face artificial, tão vigoramente fixada no seu rosto,
Começou a dar lugar a sua real fisionomia
Já não podia mais falar, ver e respirar
Em uma golfada mais efusiva dos tamborins, surdos e cuícas,
O empecilho foi-lhe arrancado
O colorido e a alegria invadiram-na
Pode sorrir e ser quem realmente era,
Sem máscaras,
Pelo menos, por alguns dias, até as cinzas novamente chegarem.
12 comentários:
Interessante seu poema... Feliz carnaval! Se puder leia depois:
http://lectandome.blogspot.com/2010/03/tributo-ao-tamarindo.html
Bjs.
"É com esse que eu vou sambar até cair no chão
É com esse que eu vou desabafar na multidão
Se ninguém se animar
Eu vou quebrar meu tamborim
Mas se a turma gostar vai ser pra mim"
(É Com Esse Que Eu Vou - P. Caetano).
Bjs.
As máscaras de CARNAVAL RS , MUITO BOM LINDA,
BEIJOS E FELICIDADES
O carnaval da vida nos permite em alguns momentos sermos nos mesmos, sem mascaras e sem pudores.
Pouca gente faz de sua vida um eterno carnaval...
bjos
Amiga, você sabe que eu já me perguntei algumas vezes: "Em que situação consigo ser quem realmente sou?"
São tantas máscaras sociais que somos obrigados a vestir o tempo todo, para conseguirmos viver em harmonia com o mundo! Tenho andado meio cansada de tudo isso.
Eu deveria aproveitar o carnaval e "rodar a minha baiana", não é mesmo? rsrs
Grande beijo!
Como sabes, não gosto de carnaval, mas tenho que admitir que te poema está muito bem elaborado, independente da temática. Abraços!
Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Fabrício e cheguei até vc através do Blog "o fim". Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir meu blog Narroterapia. Sabe como é, né? Quem escreve precisa de outro alguém do outro lado. Além disso, sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. Estou me aprimorando, e com os comentários sinceros posso me nortear melhor. Divulgar não é tb nenhuma heresia, haja vista que no meio literário isso faz diferença na distribuição de um livro. Muitos autores divulgam seu trabalho até na televisão. Escrever é possível, divulgar é preciso! (rs) Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs
Narroterapia:
Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.
Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.
Abraços
http://narroterapia.blogspot.com/
Son tan comunes las caretas por todos lados, hace bien de repente sacárselas de encima sin importar nada.
¡Besitos!
Carnaval. A Lua abre o desfile na passarela do céu. Estrelas se fantasiam de brilho, deixam rastros luminosos no firmamento, poeira prateada que se perde na distância infinita. Há o silêncio do espaço sideral, a quietude dos jardins e o ritmo de cuícas, tamborins e pandeiros. A vida palpita na terra e no mar, o choro fica para depois. A hora é de alegria, de esquecer as tristezas e foliar. Alegria, alegria, tristeza é pecado.
Um bom feriado, Gisa!
Bjos
Edward de Souza
Que massa Gisa!
E viva sempre o Carnaval!
Xeros
O calor, agradável?
Não concordo... Beijos.
gisa, carnavalizemos sem cessar e transbordemos as semanas e as cinzas! e que nossas máscaras sejam simplesmente os riscos risos dos instantes vibrantes de saltar, brincar, voar, amar.
beijos
de la mancha
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