quarta-feira, 2 de maio de 2012

TABULEIRO

Tem vezes que a gente fica sem palavras. A sensação de tristeza invade e nos coloca em estado de sítio. Corremos às janelas e estas estão cerradas. As portas, emperradas. A casa, vazia. Quando nos damos conta que nada podemos fazer a respeito ficamos aflitos, agitados. Nada podemos fazer a respeito disso também. O chão é frio e a luz se foi. Temos medo. O escuro oculta e o silêncio encobre nossos gritos. Ninguém nos vê, ninguém nos escuta. Sentamos no canto e nos encolhemos em nós mesmos. Talvez tudo passe ou acabe. Não sabemos. Ficamos prostrados, cegos, surdos e mudos, desejando, com muita força, que a monotonia dos dias sinta a nossa falta e nos reclame para que voltemos ocupar aquele espaço cinza chumbo que havíamos deixado, sem olhar para trás, no tabuleiro do cotidiano.

12 comentários:

Mª LUISA ARNAIZ disse...

Sin duda el miedo ocupa todos nuestros espacios mentales. Besos.

Breve Leonardo disse...

[como um segundo corpo, uma segunda pele,

domina; mas, tarde ou cedo, haverá de nos reclamar a luz que nos perfaz...]

um imenso abraço, Gisa

Leonardo B.

wcastanheira disse...

Um belo momento, a poetiza delirou em cada frase e deixou um lindo recado a quem lê, vc sempre tem delicado jeitinho de deixar seu recado, pra ti guria um abraço tri apertado e bjos, bjos ebjosssss

Rogério G.V. Pereira disse...

Tabuleiro
Tabuleiro me sugere café da manhã, servido na cama oferecido por quem nos ama...
Tabuleiro
Tabuleiro me sugere um jogo...
É isso. Seu texto me sugere um jogo já jogado escrito por quem perdeu.
Quem terá ganho, se não fui eu?

É isso: no o tabuleiro do cotidiano
você foi no engano...

Escritora de Artes disse...

Vivemos exatamente assim...

Bjos querida amiga

ANTONIO CAMPILLO disse...

Nunca pensamientos más similares han confluido en nuestras publicaciones.
En la tuya, Gisa, lo podemos denominar miedo o indecisión ante algo que no comprendemos.
En la mía la denomino estado de shock.
Ambas se basan en aspectos muy parecidos de la cotidiana vida que nos imponen.

Un fuerte abrazo, querida Gisa.

Anônimo disse...

Todos temos esses dias menos bons.. mas que são sempre valiosos para reflexão..bj..boa noite

ONG ALERTA disse...

Talvez muita imaginação venha...beijo Lisette.

Michelle Trindade disse...

Olá, passeando pelos blogs encontrei o seu. Profundas palavras. Essa sensação de tristeza é angustiante quando abrimos a porta da nossa casa para ela, precisamos lembrar depois de abrir para deixá-la sair..
bjus e boa semana,

Julie Sopetrán disse...

Todos sentimos eso muchas veces... Muy bueno Gisa.

Carla Ceres disse...

Conheço bem demais esses momentos fora do tabuleiro, Gisa. Acho que todas as almas sensíveis conhecem. Beijos!

VeraBruxa disse...

Ainda bem que é só de vez em quando... o bom é juntar as peças e reiniciar o jogo no tabuleiro do cotidiano.
Abração, querida!
Vera Mosmann