João e Maria envoltos na bruma, vestidos de nuvens, ao som de “Hard Day's Night” viram-se pela primeira vez. O burburinho do local pairava acima das cabeças e os olhos trocavam palavras mudas, repletas de significados. Ficaram assim por algum tempo, até materializarem-se lado a lado. Como íntimos desconhecidos de longa data, teceram comentários insossos e vazios, meras escadas para o futuro imediato. Olharam a porta e, ao mesmo tempo, encaminharam-se a ela . Saíram e voaram sobre a cidade no tapete mágico que já os aguardava. Calados, envolveram-se e rolaram no prazer do desconhecimento. Despediram-se, com um “até nunca mais”, um sorriso e um beijo. Partiram para todo sempre em direções opostas. Desapareceram na linha infinita dos olhares vagos.
(Reedição)
9 comentários:
Very nice, great blog.
Ah... a linha dos olhares vagos!!
Deliciosa reedição, querida!!
Beijos Flor
Les histoires d'amour doivent toujours se terminer bien!
Cada vez el número de extraños íntimos, Gisa, es mayor. Conviven, se miran con el rubor de lo vivido, se rodean de una niebla que les protege a uno del otro y, por fin, se diluyen en la inmensidad de un vacío lleno de seres anónimos.
Excelente relato, Gisa.
Un fuerte abrazo.
Esos camino que se bifurcan dejan huellas.
Saludos.
Gisa amiga:
Gusto también visitar tu lugar de palabras e impregnarme de ellas. Muy atinado el comentario de Antonio Campillo: "Cada vez 'más' el número de extraños íntimos...".
Abrazos fraternos en Amistad y Poesía verdaderas,
Frank Ruffino.
Delicioso como gosto de ler...
Estava com saudade de seus textos!
Um beijo.
Álly
" na linha infinita dos olhares vagos" desaparecemos para reaparecermos, querida gisa,
como multiplicidades vivas, coletivas, irreprimíveis, utópicas.
belo texto,
b
delamancha
Pena que não na mesma direcção...
bjs querida
oa.s
Postar um comentário